A Primeira Guerra Mundial foi um conflito armado que ocorreu entre 1914 e 1918, envolvendo as principais potências europeias e seus respectivos impérios coloniais. O conflito teve início com o assassinato do arquiduque austríaco Franz Ferdinand, em Sarajevo, em 28 de junho de 1914.
As principais potências envolvidas na guerra foram a Alemanha, o Império Austro-Húngaro e o Império Otomano, que formavam o bloco central, e a França, a Rússia e o Reino Unido, que formavam o bloco aliado. Os Estados Unidos também entraram na guerra em 1917, ao lado dos aliados.
As batalhas mais importantes da Primeira Guerra Mundial foram a Batalha do Somme, a Batalha de Verdun, a Batalha de Jutlândia e a Batalha de Gallipoli. O uso de novas tecnologias, como os tanques, os aviões e as metralhadoras, mudou a natureza da guerra e tornou o conflito ainda mais mortal.
O Início do conflito armado
A Primeira Guerra Mundial teve início em 28 de junho de 1914, com o assassinato do arquiduque Franz Ferdinand, herdeiro do trono do Império Austro-Húngaro, na cidade de Sarajevo, na Bósnia e Herzegovina. O assassinato foi perpetrado por um grupo de nacionalistas sérvios, que lutavam pela independência da Sérvia do Império Austro-Húngaro.
O Império Austro-Húngaro, que via a Sérvia como uma ameaça à sua integridade territorial, exigiu que o governo sérvio tomasse medidas para reprimir o movimento nacionalista. A Sérvia não atendeu às exigências do Império Austro-Húngaro, o que levou à declaração de guerra da Áustria-Hungria à Sérvia em 28 de julho de 1914.
As alianças políticas entre as nações europeias foram um fator importante para a eclosão do conflito. A Alemanha apoiou a Áustria-Hungria, enquanto a Rússia, que tinha uma aliança com a Sérvia, mobilizou suas tropas para apoiar o país. A Alemanha, por sua vez, declarou guerra à Rússia e, em seguida, à França, que tinha um acordo de defesa com a Rússia.
O Reino Unido, que tinha acordos comerciais com a Bélgica, país que foi invadido pela Alemanha, declarou guerra à Alemanha em 4 de agosto de 1914. Com isso, o conflito se estendeu a outras nações europeias e se transformou em uma guerra mundial.
Isso desencadeou uma série de alianças e declarações de guerra entre as principais potências europeias, incluindo Alemanha, Rússia, França e Reino Unido, levando ao conflito armado que durou até 11 de novembro de 1918.
Países envolvidos no conflito
A Primeira Guerra Mundial envolveu muitos países em todo o mundo. Os principais países envolvidos foram:
- Tríplice Entente: Reino Unido, França, Rússia (até 1917), Itália (a partir de 1915), Estados Unidos (a partir de 1917), Sérvia, Romênia, Bélgica, Grécia, Portugal e outros países menores.
- Tríplice Aliança: Alemanha, Império Austro-Húngaro, Império Otomano, Bulgária e outros países menores.
Além desses, outros países também participaram ou foram afetados pela guerra, como Japão, China, Austrália, Nova Zelândia, Canadá, Índia, África do Sul, entre outros. A guerra também se estendeu aos continentes africano e asiático, envolvendo colônias e territórios controlados pelas potências europeias.
Países envolvidos na Primeira Guerra Mundial, agrupados por aliança:
Tríplice Entente:
- Reino Unido
- França
- Rússia (até 1917)
- Itália (a partir de 1915)
- Estados Unidos (a partir de 1917)
- Sérvia
- Romênia
- Bélgica
- Grécia
- Portugal
- Montenegro
- Japão
- China
- Siam (atual Tailândia)
- Brasil
Tríplice Aliança:
- Alemanha
- Império Austro-Húngaro
- Império Otomano
- Bulgária
Outros países envolvidos:
- Espanha
- Suécia
- Noruega
- Dinamarca
- Países Baixos
- Suíça
- Luxemburgo
- Liechtenstein
- Irlanda
- Finlândia
- Estônia
- Letônia
- Lituânia
- Bielorrússia
- Ucrânia
- Polônia
- Checoslováquia (a partir de 1918)
- Estados bálticos (a partir de 1918)
- Geórgia (a partir de 1918)
- Armênia (a partir de 1918)
- Azerbaijão (a partir de 1918)
- Rússia Soviética (a partir de 1917)
- Estados Unidos da América Central (Costa Rica, El Salvador, Guatemala, Honduras e Nicarágua)
- México
- Cuba
- Haiti
- República Dominicana
- Panamá
- Argentina
- Chile
- Peru
- Uruguai
- Paraguai
- Bolívia
- Colômbia
- Venezuela
- África do Sul
- Austrália
- Nova Zelândia
- Canadá
- Índia
- Egito
- Marrocos
- Tunísia
- Argélia
- Senegal
- África Equatorial Francesa
- Camarões Alemães
- Togo Alemão
- África Oriental Alemã
- África do Sudoeste Alemã
- África Oriental Britânica
- África Ocidental Britânica
- África do Sul-Ocidental Alemã
- Namíbia
- Moçambique
- Angola
- Guiné Portuguesa
- Cabo Verde
- São Tomé e Príncipe
- Timor Português
- Samoa Alemã
- Samoa Ocidental
- Fiji
- Tonga
- Niue
- Ilhas Cook
- Nauru
- Papua Nova Guiné
- Ilhas Salomão
- Guam
- Marianas
- Palau
- Micronésia
- Marrocos Espanhol
- Saara Espanhol
- Ifni
- Tânger (internacional)
As principais lideranças
Durante a Primeira Guerra Mundial, as alianças foram lideradas por diferentes líderes políticos e militares, alguns principais líderes das coligações e dos aliados durante a guerra:
Líderes da Tríplice Entente:
- Reino Unido: Primeiro Ministro Herbert Henry Asquith (até 1916), depois David Lloyd George
- França: Presidente Raymond Poincaré e Primeiro Ministro René Viviani (até 1915), depois Aristide Briand
- Rússia: Czar Nicolau II e Primeiro Ministro Vladimir Lenin (a partir de 1917)
- Itália: Primeiro Ministro Antonio Salandra (até 1916), depois Paolo Boselli e Vittorio Emanuele Orlando
- Estados Unidos: Presidente Woodrow Wilson
Líderes da Tríplice Aliança:
- Alemanha: Kaiser Guilherme II e Chanceler Theobald von Bethmann-Hollweg (até 1917), depois Georg Michaelis e Paul von Hindenburg
- Império Austro-Húngaro: Imperador Francisco José e Primeiro Ministro Karl von Stürgkh (até 1916), depois Ernst von Koerber e Heinrich Clam-Martinic
- Império Otomano: Sultão Mehmed V e depois Mehmed VI e os Grandes Vizires Said Halim Pasha e Talaat Pasha
- Bulgária: Rei Fernando I e Primeiro Ministro Vasil Radoslavov (até 1918), depois Aleksandar Malinov e Vasil Kutinchev
Durante a guerra, houve mudanças significativas de liderança e alianças, especialmente na Rússia com a Revolução Bolchevique em 1917, que levou ao estabelecimento do governo comunista liderado por Vladimir Lenin e à saída da Rússia da guerra.
As baixas produzido pela guerra
A Primeira Guerra Mundial foi uma das guerras mais mortais e destrutivas da história, com um grande número de baixas em ambos os lados do conflito. Estima-se que o total de baixas da guerra tenha sido de aproximadamente 40 milhões de pessoas, incluindo soldados e civis.
O número de mortos na Primeira Guerra Mundial é estimado em cerca de 10 milhões de militares e 7 milhões de civis. Os números variam dependendo da fonte consultada e da definição de “mortos na guerra”, que pode incluir não apenas aqueles mortos em combate, mas também aqueles que morreram devido a ferimentos, doenças, fome e outras causas relacionadas à guerra.
As nações mais afetadas pela guerra em termos de baixas foram a Alemanha, com cerca de 2 milhões de mortos, a Rússia, com cerca de 1,8 milhão de mortos, e a França e o Reino Unido, cada um com cerca de 1 milhão de mortos. Os números de baixas das outras nações envolvidas na guerra variam amplamente, mas todos foram significativos e trágicos.
Os principais armas utilizadas na primeira guerra mundial
A Primeira Guerra Mundial foi um conflito caracterizado pelo uso extensivo de novas tecnologias militares. Algumas das principais armas usadas na guerra incluíram:
- Metralhadoras – eram capazes de disparar centenas de tiros por minuto e eram amplamente usadas em trincheiras. A mais conhecida foi a metralhadora Lewis, de origem britânica, que podia disparar até 500 tiros por minuto.
- Artilharia – incluía armas pesadas, como obuses e canhões, que eram capazes de disparar projéteis a longas distâncias. Um dos mais conhecidos foi o obus alemão de 420 mm, que tinha um alcance de até 10 km e poderia destruir fortificações inimigas.
- Gás venenoso – as nações em guerra desenvolveram e usaram gases venenosos, como cloro e gás mostarda, para atacar seus inimigos. A Alemanha foi a primeira a usar gás venenoso em grande escala, em Ypres, na Bélgica, em 1915.
- Aviões – foram usados pela primeira vez na guerra para observação e reconhecimento aéreo, e depois foram equipados com armas para ataques aéreos. O avião mais famoso da Primeira Guerra Mundial foi o britânico Sopwith Camel, que foi responsável por derrubar mais de 1.200 aviões inimigos.
- Tanques – foram usados pela primeira vez na guerra e foram projetados para atravessar as trincheiras inimigas e superar o terreno difícil. O tanque britânico Mark IV, usado na Batalha de Cambrai, em 1917, era capaz de atingir uma velocidade de até 7 km/h e tinha um poder de fogo impressionante.
- Submarinos – foram usados pela primeira vez na guerra e foram projetados para afundar navios inimigos. O submarino alemão U-35, comandado pelo famoso capitão Lothar von Arnauld de la Perière, afundou mais de 224 navios inimigos.
- Granadas – foram amplamente usadas para atacar trincheiras inimigas e outras posições defensivas. A granada de mão alemã modelo 1915, também conhecida como “Stielhandgranate”, tinha um alcance de cerca de 40 metros e era capaz de destruir uma trincheira inimiga.
Em relação à arma mais letal da Primeira Guerra Mundial, é difícil dizer com certeza, pois cada arma teve sua própria letalidade e impacto. No entanto, o gás venenoso teve um efeito particularmente devastador, causando não apenas mortes, mas também ferimentos graves e incapacidade a longo prazo. O gás venenoso mais poderoso e letal foi o “gás VX” (um dos mais letais da história) que foi desenvolvido muitos anos depois da Primeira Guerra e foi produzido inicialmente pelos Estados Unidos. Na Primeira Guerra, o gás mais letal foi o “gás mostarda” que foi desenvolvido pelos alemães e usado pela primeira vez em Ypres
A participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial
O Brasil se envolveu na Primeira Guerra Mundial em 1917, após um período de neutralidade. Na época, o presidente brasileiro era Venceslau Brás, que optou por apoiar os Aliados (liderados pela França, Reino Unido e Rússia) em vez das Potências Centrais (lideradas pela Alemanha e Áustria-Hungria).
A participação do Brasil na guerra foi limitada. O país enviou uma pequena força expedicionária de cerca de 40 mil homens para lutar na Frente Ocidental, na França. A maioria dos soldados brasileiros era formada por voluntários, muitos dos quais eram recém-chegados imigrantes europeus que haviam se estabelecido no Brasil.
A participação do Brasil na Primeira Guerra Mundial foi significativa do ponto de vista político e diplomático. A entrada do Brasil na guerra fortaleceu as relações do país com os Aliados e ajudou a consolidar o papel do Brasil como uma potência regional na América Latina. O país também participou das negociações de paz após a guerra, sendo um dos signatários do Tratado de Versalhes em 1919.
O cessar fogo e fim da guerra
A Primeira Guerra Mundial finalizou com a assinatura do Armistício de Compiègne em 11 de novembro de 1918. O armistício foi um acordo de cessar-fogo que colocou fim aos combates na frente ocidental entre as forças da Tríplice Entente e da Tríplice Aliança.
Após o armistício, as negociações para a paz começaram com a Conferência de Paz de Paris em 1919. Os principais líderes das nações vitoriosas na guerra, incluindo o presidente dos Estados Unidos, Woodrow Wilson, o primeiro-ministro britânico, David Lloyd George, e o primeiro-ministro francês, Georges Clemenceau, se reuniram para negociar os termos do tratado de paz.
O Tratado de Versalhes foi o principal acordo de paz que encerrou formalmente a guerra entre a Alemanha e as nações vitoriosas. O tratado impôs pesadas sanções à Alemanha, incluindo a perda de territórios e colônias, redução de seu exército, indenizações financeiras pesadas, e a culpa pela guerra. O tratado também estabeleceu a Liga das Nações, uma organização internacional destinada a resolver conflitos internacionais e manter a paz mundial.
O tratado de paz foi assinado em 28 de junho de 1919 em Versalhes, França, mas não foi totalmente aceito pela Alemanha, que se sentiu humilhada e prejudicada pelos termos impostos. O tratado também deixou uma série de questões sem resolução, o que contribuiu para a eclosão da Segunda Guerra Mundial duas décadas depois.